TIPOLOGIA DA CULTURA
CULTURA DE MASSA
Surgiu no século XVIII com a Revolução Industrial.
Ao contrário do que o nome sugere a cultura de massa não é produzida pelas massas (populações) e sim pela indústria cultural que compreende:
- Indústria editorial (editoras);
- Indústria fonográfica (gravadoras);
- Indústria cinematográfica (produtoras de filme);
- Meios de comunicação, principalmente o rádio e a TV.
Além disso, a palavra massa não é a mesma coisa que povo.
A massa, ao contrário do povo é a população que não produz a sua cultura, apenas recebe passivamente e sem senso crítico o que a indústria cultural impõe.
Os termos cultura de massa e indústria cultural foram criados pelos sociólogos da escola de Frankfurt: Theodor Adorno, Walter Benjamin, Max Horkheimer.
Características:
Homogeneidade: destrói as características culturais de cada grupo étnico - perda da consciência própria de grupo cultural com características específicas. A homogeneização é entendida também como massificação.
Passividade: O público não manifesta exigências perante a cultura de massa; apenas se sujeita às suas propostas sem saber.
Lucratividade: Está inserida num circuito comercial. O principal objetivo não é com o saber ou o conhecimento propriamente dito, mas sim à diversão e, consequentemente, o lucro. A cultura torna-se mera mercadoria.
Transitoriedade: Se o objetivo da indústria cultural é lucrar com a cultura de massa, esta é transitória, passageira, descartada para novos modismos.
Superficialidade: Se a cultura de massa é para a diversão, não há nenhum objetivo de reflexão e pensamento. Costuma ter forte apelo emocional.
Exemplos: estilos musicais de grande sucesso (axé, funk, sertanejo, pagode), filmes, literatura de romances “água-com-açúcar” (Júlia, Sabrina, Bianca), revistas em quadrinhos, revistas de moda e fofoca, programas de TV em geral, etc.
CULTURA POPULAR
Ao contrario da cultura de massa, a cultura popular é produzida pelo próprio povo.
É uma manifestação mais espontânea, mais simples, com fortes características regionais, muitas vezes transmitida de geração em geração, mais acessível, etc.
A cultura popular revela a própria identidade da população que a produz.
A cultura popular pode ser considerada como sinônimo de folclore. Etimologicamente:
Popular vem do latim populi (povo). Logo, cultura popular é cultura do povo.
Folclore vem do inglês folk (povo) e lore (conhecimento, saber, ciência). logo saber do povo.
A idéia de uma cultura própria do povo surgiu no século XVIII com o movimento filosófico, artístico, literário e político chamado Romantismo, o qual valorizava a vida simples do povo e a emoção no lugar da razão.
Exemplos: estilos musicais tradicionais (samba, música caipira, forró, catira), literatura de cordel, religiosidade popular (Folia do Divino Espírito Santo, Folia de Reis, Círio de Nazaré), artesanato, etc.
CULTURA ERUDITA
A cultura erudita é proveniente do pensamento científico, dos livros, das pesquisas universitárias ou do estudo em geral (erudito significa que tem instrução vasta e variada adquirida, sobretudo pela leitura). A arte erudita e de vanguarda é produzida visando museus, críticos de arte, propostas revolucionárias ou grandes exposições, público e divulgação.
A cultura erudita exige um alto grau de instrução, de estudo, de formação específica, de conhecimento de história da arte (muitas vezes universal), dos movimentos artísticos, da própria história geral, etc. Conseqüentemente, acaba sendo mais elaborada.
É um tipo de cultura que é profundamente reflexiva. Seu valor é perene, isto é não é transitório. É contrária à cultura de massa.
Exemplos: estilos musicais bem elaborados (ópera, sinfonia), alta literatura de autores cuja obra possui valor universal (Machado de Assis, Érico Veríssimo, José de Alencar, Dostoievski, William Shakespeare), áreas de conhecimento de maior profundidade como a ciência e a filosofia, obras arte de com maior profundidade como as de Leonardo da Vinci, Pablo Picasso, Vincent Van Gogh, etc.